Esses objetos na foto parecem pertencer a uma criança. Mas não, pertencem a mim, uma mulher de 24 anos. Isso pode intrigar muita gente, mas é cada vez mais comum adultos que, talvez pela sensação de nostalgia, possuam brinquedos que marcaram a infância. Mas o que de fato atrai esse grupo de pessoas a consumir esse tipo de produto? Ainda que alguns brinquedos sejam consumidos majoritariamente por pessoas mais velhas, precisam ser certificados a fim de garantir sua segurança? É o que vamos descobrir nesse texto.
Um adulto que mantem aquele brinquedo que ganhou quando tinha 5 anos, busca muitas vezes suprir uma carência afetiva em relação ao passado. Segundo Stuart Brown, psiquiatra e pesquisador no The National Institute for Play (Instituto Nacional para o Brincar, em português), a ausência de brinquedos e brincadeiras durante a infância está diretamente ligada ao comportamento agressivo na fase adulta, justamente porque é na infância onde começamos a criar vínculos afetivos, principalmente com nossos brinquedos. Ainda que inconscientemente, sentimos de forma marcante a representatividade desses brinquedos em nossas vidas. Não se trata de um acumulo possessivo, mas sim de um apego emocional tão profundo, que as vezes é difícil se desvencilhar. A força dessa relação foi muito bem representada no filme 3 da franquia Toy Story, onde um jovem prestes a ir para a faculdade tem dificuldades de se desfazer de seus brinquedos, ainda que nem brincasse mais com eles.
Um dos personagens mais queridos do universo Pokémon, Mew na versão pelúcia é um dos meus preferidos dentre os que possuo. Ainda que no meio de várias pelúcias, sempre tem aquela que você não se desfaz por nada nesse mundo, pois marcou sua infância da forma mais intensa possível. Mas independente da temática, brinquedos confeccionados em pelúcia ou tecido, quaisquer que seja o tamanho, são passíveis de certificação compulsória.
Inspirados em desenhos animados, séries, quadrinhos, jogos e filmes, esses bonecos possuem em média 15cm, podem ser articulados ou não, podem ter base fixa ou não e geralmente são produzidos com riqueza de detalhes, podendo inclusive vir com peças avulsas para customizar.
Os bonecos Funko POP!® são a nova febre do momento entre crianças, jovens e adultos e com certeza você já viu esse boneco cabeçudo por aí. São bonecos feitos de vinil, possuem em média 9cm, a cabeça é maior em relação ao corpo e geralmente possuem olhos grandes, sem boca. Representam de forma caricata músicos, personagens de séries, quadrinhos, jogos e filmes.
As crianças quando me visitam, ficam doidas para brincar com meus brinquedos. Para elas seriam perfeitos para a diversão. Para mim, são brinquedos colecionáveis que me enchem de lembranças, mas que não servem de fato para brincar.
Considerando essa dualidade de situações, a Portaria Inmetro nº 563/16, que regula a certificação de brinquedos no âmbito nacional, nos permite interpretar que Funkos®, Action Figures e itens similares, devem ser certificados (Anexo A, item 113) como também não devem ser certificados (Anexo B, item 83).
Anexo A: 113 – “Personagens do universo infantil: Super-herois, personagens de desenho animados, artistas e atletas famosos entre o público infanto juvenil, com ou sem articulações, com ou sem base fixa que não possa ser retirada sem o auxílio de uma ferramenta. ”
Anexo B: 83 – “Réplicas perfeitas de pessoas, personagens, animais, carros, motos, aviões, barcos, veículos militares, entre outros, com ou sem base fixa, desde que o produto e a sua respectiva embalagem contenha uma indicação visível e legível de que se destina a colecionadores com idade superior a 14 (quatorze) anos e cujo produto final não tenha valor de brinquedo. ”
Esses itens dependem de uma análise crítica quanto a necessidade de certificação, uma vez que cada um possui características que vão determinar se deve ser certificado ou não.
Seja para criança, colecionador, pai, mãe, tio ou avô, itens tidos como brinquedos devem ser certificados pelo INNAC! E você? Qual brinquedo marcou sua infância?
Técnica de Certificação