Muita gente pensa que é um lugar onde algumas pessoas brincam com os brinquedos, muito divertido!
Mas não é bem assim.
Quando se fala de um laboratório para ensaios em brinquedos, devemos saber que se trata de verificar no produto os aspectos de segurança, que podem comprometer a saúde ou a integridade de uma criança.
Os ensaios para brinquedos podem ser classificados em dois grandes grupos: ensaios físicos (mecânicos) e ensaios químicos.
Quando as amostras de brinquedos chegam ao laboratório, são divididas conforme estes grupos, que ficam em áreas separadas.
Entrando no laboratório de ensaios físicos, a primeira determinação que vemos se refere a partes pequenas, que o brinquedo pode ter ou liberar depois de ensaios de abuso razoavelmente previsível. O problema de partes pequenas, as que cabem dentro de um cilindro com dimensões um pouco menores que o tubo de papelão do papel higiênico,que simula a garganta da criança. Engolir ou aspiras partes pequenas é a causa de mais de 90 por cento dos acidentes com crianças com menos de 3 anos. Nessa faixa de idade predomina a fase oral, isto é, as crianças não só vêem e pegam os objetos como também os colocam na boca. Algumas peças do brinquedo podem ser partes pequenas, tais como acessórios de bonecas (colares, brincos, sapatinhos) ou de carrinhos (rodas, calotas).
Outras são geradas por abusos, sendo o mais comum a queda: deixar cair no chão. Para ensaiar brinquedos destinados à primeira infância, o laboratório deixa cair a amostra por 10 vezes, de uma altura de 1,38 m, sobre um piso padrão. Se o brinquedo soltar peças ou lascas que sejam partes pequenas, não é apropriado para menores de três anos. Também é verificado se aparecem pontas agudas perfurantes ou bordas cortantes, que são analisadas em dispositivos que simulam a perfuração ou corte da pele da criança.
Continuando a andar no laboratório, vemos uma sala com um tipo de queimador de gás, produzindo uma chama que queima brinquedos presos num suporte, como se fosse num churrasco; são os ensaios de verificação do comportamento em relação ao fogo, se a velocidade de propagação da chama é baixa para permitir que a criança tenha tempo de se livrar de um brinquedo de pelúcia, por exemplo, que eventualmente pegar fogo.
Depois passamos por uma porta fechada. Que será que há lá dentro? Entramos numa sala sem janelas, com paredes e teto revestidos de pequenas pirâmides de espuma de plástico, e nos sentimos num ambiente diferente: silêncio total. Nesta sala são feitas as medições dos ruídos emitidos por brinquedos, captados por microfones colocados em diversas posições, medindo o volume sonoro em aparelhos chamados decibelímetros. Assim é verificado o som emitido pelo brinquedo, para avaliar se está dentro dos limites que não afetam o aparelho auditivo das crianças.
O laboratório de ensaios físicos termina em outra sala, onde são feitas muitas outras medições, como por exemplo a pressão de ar aspirada através de um brinquedo de soprar, como um apito, para verificar se as bolinhas que badalam podem ser sugadas pela boca da criança, causando sufocação.
Passamos em seguida ao outro grupo de ensaios, os químicos. Vamos falar do ensaio mais importante, que é a presença de metais pesados tóxicos nas partes de plástico coloridas e nas tintas que foram aplicadas nas partes pintadas, sejam elas de plástico, metal, madeira ou tecido.
Nessa parte do laboratório, os brinquedos são desmontados, e as partes de plástico colorido, separadas conforme cada cor, são picadas com tesouras apropriadas, até formarem pedacinhos de 5 milímetros de tamanho. Os brinquedos pintados são raspados, conforme cada cor de tinta separadamente, e as lasquinhas de tinta são passadas por uma peneira, para ter pedacinhos também de 5 milímetros.
Cada um destes granulados é pesado e colocado num frasco de vidro que contém uma solução fraca de ácido clorídrico, semelhante ao do nosso estômago, ficando à temperatura de 37 graus C durante uma hora com agitação, mais uma hora em repouso, tudo como simulação da digestão. Terminado este período, a parte líquida é analisada em equipamentos de análise instrumental, determinando se há presença de metais pesados tóxicos, tais como chumbo, cádmio e mercúrio, em quantidade superior ao permitido. Os limites foram estabelecidos para não causar problemas à saúde das crianças que ingerirem pedacinhos de plástico ou de tinta. Deve-se notar que a intoxicação causada por metais pesados é cumulativa no organismo, não é eliminada naturalmente, e causa distúrbios de saúde como dores de cabeça, problemas respiratórios e digestivos, alterações no sistema nervoso como agressividade exagerada e dificuldade de aprendizado.
Todos os brinquedos certificados pelo INNAC são testados em laboratórios acreditados pelo INMETRO, oferecendo ao consumidor a garantia de que os produtos não são perigosos às crianças, conforme a legislação em vigor.
Confie na marca do INNAC.
Engenheiro Especialista