O Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Paraná reinaugurou o seu Laboratório Têxtil de Londrina – LALON, no dia sete de julho, fazendo parte das comemorações dos 50 Anos do Ipem-PR. O laboratório está localizado na sede da Regional na cidade de Londrina, sendo o único laboratório público de ensaios têxteis no Brasil, acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro, pela ISO 17025.
A cerimônia contou com a presença do presidente do Inmetro Carlos Azevedo, do coordenador da Cored Pedro Paulo, o diretor de Metrologia Legal do Inmetro, Raimundo Resende, o presidente do Fórum Nacional dos Dirigentes dos Órgãos Delegados do Inmetro, Márcio André Oliveira Brito, que também é o presidente do Ipem do Amazonas.
O presidente do Ipem do Paraná Oliveira Filho comandou o evento que contou com a presença do deputado Luiz Carlos Hauly, do prefeito de Cambé, e de dirigentes de órgãos delegados do Inmetro nos estados. Entre eles, Alfredo Gadelha, do Ipem de Roraima; Adriano Martins, presidente do Ipem de Pernambuco; Cláudia Lemos, diretora Geral do Ipem do Espírito Santo; Darcy de Souza Vieira, diretor Administrativo e Financeiro do Ipem do Tocantins; Fernando Sette, presidente do Ipem de Minas Gerais; Felipe Antonio Guimarães Gabrich, vice-presidente e assessor-chefe do Ipem do Rio de Janeiro, e Petrônio Fernandes Lima, também assessor-chefe; o superintendente do Ipem de São Paulo, Arlindo Afonso Alves, e o diretor de Metrologia e Qualidade, Oswaldo Alves Ferreira Júnior; e do presidente do Ipem de Sergipe, Leo de Souza Araújo.
O presidente do Ipem-PR, Oliveira Filho, avalia essa reinauguração do LALON como um passo importante para a Rede de Metrologia no país. “Quando Carlos Azevedo assumiu o Inmetro, conversamos sobre a necessidade de reaparelhamento do Ipem do Paraná. Azevedo tem buscado colaborar em todos os sentidos. Assim, conseguimos a contratação de mais equipes para trabalhar junto ao Laboratório Têxtil de Londrina. Desta forma, voltaremos a atender a Rede de Metrologia em todo o país”, disse o presidente Oliveira Filho.
Laboratório Têxtil de Londrina – O LALON conta com dois laboratórios têxteis, destinados a ensaios químicos e outros a ensaios físicos. O corpo técnico é formado por engenheiros têxteis, que são qualificados para realizar os ensaios previstos na Portaria do Inmetro nº 166/2011 e na Resolução do Inmetro nº 02/2008. Através de convênio com o Inmetro, o Laboratório Têxtil de Londrina auxiliou, desde a sua criação, os órgãos da Rede Brasileira de Metrologia e Qualidade do Inmetro – RBMLQ-I, garantindo o suporte técnico tanto na realização dos ensaios, bem como com o treinamento dos fiscais que realizam a coleta dos produtos têxteis, o que permite a qualificação adequada dos agentes públicos.
O Laboratório de Londrina foi construído em 2008, contudo, passou a funcionar efetivamente em 2009. O primeiro trabalho do LALON foi realizado para o Ipem de São Paulo, com testes de resistência em mochilas. Seis meses depois do início do seu funcionamento, foi acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro.
Em 2015, o Governo Federal anunciou o contingenciamento orçamentário para todos os ministérios. O que provocou uma redução de investimentos de todos os órgãos da Rede, inclusive do Ipem do Paraná, uma vez que o orçamento é repassado pelo Inmetro. Esse corte atingiu setores importantes para o Instituto paranaense, inclusive o Laboratório Têxtil de Londrina, que deixou de atender a Rede de Metrologia a partir desse corte orçamentário, passando a fazer os ensaios de laboratório somente para o Ipem-PR, deixando de atender outros órgãos delegados do Inmetro.
Hoje, com a reinauguração desse Laboratório Têxtil de Londrina, o Ipem do Paraná poderá retomar esse atendimento, mantendo a qualidade e credibilidade desses serviços de controle de produtos têxteis, atendendo as normas e legislação em vigor, incluindo produtos nacionais e importados.
O LALON deve retomar o atendimento desta demanda, além do atendimento que vinha mantendo de confeccionistas paranaenses, de empresas como: Morena Rosa, Sonho e Art, Reco, Pura Mania, Mulher Elástico, Aimê Lingerie, Rossian Lingerie, ZKF Londrina, Paranatex, Cocamar e Cocari. Assim como outras empresas dos demais estados brasileiros, fornecendo credibilidade e agregando valor ao produto acabado.
Panorama Nacional – Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, no ano de 2015 a produção no setor têxtil foi mais de 1,8 milhão de toneladas de tecidos, abrangendo 1,5 milhão de empregos diretos e 8 milhões de empregos indiretos, com 75% de mão de obra feminina.
Esse setor manteve-se em segundo lugar na pesquisa entre os maiores empregadores da indústria de transformação e em segundo lugar entre os setores geradores do primeiro emprego, chegando a faturar aproximadamente 40 bilhões de dólares em 2015.
Fiscalização de Produtos Têxteis – A fiscalização de produtos têxteis é bem conhecida do setor têxtil brasileiro, pois tem seu conteúdo incorporado ao dia a dia de empresários e técnicos. Os fiscais de todo Brasil percorrem lojas de pequeno, médio e grande porte para verificar se os produtos têxteis colocados à venda seguem as normas obrigatórias exigidas pelo Inmetro.
Entre as exigências do Inmetro estão: apresentar etiqueta, que deve trazer informações obrigatórias, como razão social, nome ou marca e CNPJ do fabricante ou importador, país de origem, composição têxtil (nome e percentual das fibras e filamentos que compõem o tecido), instruções de cuidados para a conservação do produto (indicações sobre como conservar e demais cuidados), além do tamanho ou dimensão da peça. Essas informações devem estar escritas em português.
Todos os tipos de fibras e filamentos têxteis utilizados para a produção da peça devem estar identificados, com a incidência percentual de cada um deles. Exemplo: 70% algodão e 30% poliéster, ou o que efetivamente contiver cada uma delas. É proibido o uso de nomes de marcas comerciais ou em inglês, como “nylon”, “popeline”, “lycra”, “rayon”.
A falta ou incorreção das informações podem levar à autuação e multa de toda a cadeia produtiva. As empresas autuadas têm até dez dias para apresentar defesa aos órgãos delegados. As multas podem variar de valor, podendo chegar até R$ 1,5 milhão, e a reincidência pode duplicar a multa.
Fonte: INMETRO