As bonecas produzidas em escala industrial, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, passaram a ter suas cabeças feitas em vinil, e um grande problema foi a colocação de cabelos. A colagem de fios de lã, como era praticada anteriormente em cabeças de massa de gesso, não funcionava no vinil.
Nos anos 1950 desenvolveu-se nos Estados Unidos a técnica de enraizar cabelos com o uso de máquinas de costura especiais, que aplicavam um fio através de uma agulha de costura, implantando o cabelo na cabeça.
Na época, o filamento mais próximo da aparência do cabelo humano era um cabelo de saran, um cabelo mais pesado do o que o cabelo de verdade.
O fio produzido deve ser submetido a um processo de ondulação, mesmo que se destine a um penteado de cabelo liso. Se não for tratado pelo processo, ficará completamente arrepiado.
A ondulação é feita passando continuamente o fio em torno de um tubo com aquecimento, fazendo o que as mulheres faziam nos salões de beleza, uma “permanente”. Conforme o diâmetro do tubo, obtêm-se ondas com diâmetros desde 5 centímetros, para bonecas com cabelos afro, até 24 centímetros, para bonecas brancas com cabelos lisos.
Surgiu um problema no final dos anos 1970, quando a resina saran deixou de ser fabricada.
As alternativas eram:
- um fio de cabelo de nylon bom aspecto, com peso similar ao cabelo humano, penteável, lavável com xampu infantil, enfim satisfazendo a todos os requisitos para as crianças brincarem, mas produto importado da Itália, muito caro.
- Um fio de polipropileno com aspecto mais brilhante que o cabelo humano, dificilmente penteável, e quando lavado com xampu o penteado perdia toda a formatação.
As bonecas da Estrela de preço menor, de custo mais popular, e as produzidas por empresas concorrentes, ficaram com a segunda alternativa.
As bonecas de maior valor da Estrela tiveram cabelos de nylon . Para enfrentar o custo de importação, a empresa montou uma instalação especial dedicada para a fabricação de cabelos de nylon.
Atualmente a situação de bonecas, no mundo inteiro, foi influenciada pela evolução sociológica.
Bonecas representando meninas pequenas ainda são comercializadas no Brasil e em alguns países, mas em volumes decrescentes. A maioria esmagadora de bonecas são bebês, que têm pouco ou nenhum cabelo, ficando irrelevantes as exigências de penteados.
Sobraram então as bonecas manequins, tipo Barbie, que utilizam não só cabelos de nylon e polipropileno (conforme o nível de qualidade de cada produto), como também um novo tipo de cabelo de saran, para atender a requisitos de normas de resistência ao fogo, que é obrigatoriamente testado quando o comprimento for maior que 15 centímetros. Além destas, temos as cabeças grandes de boneca, montadas num suporte, para serem maquiadas e penteadas repetidas vezes, sendo que aqui a resistência à lavagem é um requisito importante. Recomenda-se o uso de xampus e condicionadores infantis, cujo manuseio é mais um aprendizado para a criança.
As bonecas que fazem parte dos brinquedos adotados conforme os requisitos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), por necessitarem de maior resistência durante o uso coletivo intenso em creches e escolas, têm especificação de cabelos de nylon, conforme projeto da Comissão de Estudos de Segurança do Brinquedo, da ABNT.
Mas história não termina aqui. Os cabelos mais usados atualmente são para bonecas humanas, principalmente adolescentes. Os cabelos de marca Kanekalon, produzidos no Japão, são feitos de diferentes tipos de fibras, entre as quais a modacrílica e o poliéster modificado com retardante de chamas. São usados em apliques e perucas em várias cores, e em dreadlocks provocativos (tipo rastafári), causando um consumo de toneladas de fibras de cabelos por ano.
As bonecas certificadas pelo INNAC atendem a todos os requisitos de segurança exigidos pelo INMETRO.
Confie sempre nos produtos certificados pelo INNAC.
Engenheiro Especialista