A Panela
Como aprendemos com o nosso engenheiro Mariano Bacellar Netto, no artigo (Qualidade das suas panelas) os utensílios culinários trouxeram grande praticidades para a gastronomia, em destaque tem-se as panelas metálicas que possuem variações em sua estrutura caracterizadas pelas ligas metálicas de ferro, alumínio e inox.
A engenharia das ligas, contribui para desenvolver propriedades que os metais isolados não apresentam, assim chegando em ligas metálicas que possuem maior propriedade de condutividade elétrica e térmica, resistência a corrosão e mecânica, temperatura de fusão e brilho.
Contudo, a exposição de utensílios ao tempo, e temperatura durante processo de cocção dos alimentos pode resultar em alteração do conteúdo de nutrientes, pela migração de elementos que podem ser prejudiciais por apresentar grau de toxicidades aos alimentos como no caso do chumbo e o cadmio.
A intoxicação por migrações de certos elementos pode trazer desequilíbrios ao organismo, podendo causa malefícios a saúde, entretanto a panela de ferro que emitem pequenas quantidades de ferro em sua comida, acrescentando nutrientes necessários que aumentam a energia e ajudam a fortalecer o sistema imunológico.
Nacionalmente, a ANVISA regulamenta as embalagens e equipamentos produzidos para contato direto com alimentos sejam confeccionados em conformidade com as boas práticas de fabricação de alimentos.
As panelas certificadas pelo INNAC foram submetidas aos rigorosos ensaios da ANVISA para materiais em contato com alimento, sendo uma garantia de segurança para toda a família.
Químico
- Published in INNAC
CORES
As cores são a percepção humana da faixa de luz visível. As radiações eletromagnéticas de comprimento de onda entre 400 milimicrons e 700 milimicrons compõem esta faixa, que começa no violeta e termina no vermelho. As radiações invisíveis de comprimento de onda menores que 400 milimicrons são denominadas ultravioletas, e as de comprimento de onda maiores que 700 milimicrons são as infravermelhas.
Para cada comprimento de onda pertencente à faixa de luz visível encontra-se associada a percepção de uma cor.
A cor é uma impressão subjetiva; captada pelos olhos, dirigida ao cérebro, não sabemos com certeza se todos nós vemos as cores do mesmo jeito. É uma percepção que temos de diferenças visuais de luzes emitidas por uma fonte, como o Sol, ou refletidas numa superfície.
Sabemos que algumas pessoas não enxergam algumas cores, ou nenhuma cor. São denominados daltônicos, e devem ser avaliados se correm risco de não perceber avisos de perigo representados por cores, em especial o vermelho.
Combinação de cores
Cores refletidas, como as de tintas e lápis de cor, podem ser combinadas, formando novas cores:
CORES DE LUZES EMITIDAS
As cores de luzes emitidas, combinadas, apresentam um resultado diferente. Na tela de televisão temos a combinação de luzes emitidas: vermelho, verde e azul.
Tríade Aditiva: vermelho, verde e azul:
São cores primárias da luz, chamadas aditivas porque a soma dessas três cores resulta na luz branca.
A síntese aditiva também pode ser chamada de sistema RGB (do inglês red, green e blue).
Já as cores de luzes refletidas, isto é, obtidas pela reflexão de uma luz que ilumina os objetos, quando utilizadas para impressão sobre papel, tanto em gráficas como em impressoras de escritório, por exemplo, podem ser obtidas pela combinação de apenas três cores básicas: magenta, amarelo e ciano.
Tríade Subtrativa: ciano,magenta e amarelo:
São chamadas subtrativas em virtude da combinação das três resultar no preto, que é ausência de luz.
Também é chamada de sistema CMY (do inglês Cyan, Magenta, Yellow).
AS CORES NA VIDA HUMANA
CÍRCULO DE CORES
- Cores Neutras: possuem pouca reflexão da luz, por exemplo, os tons de cinza e de marrom.
- Cores Quentes: são as cores que transmitem uma sensação de calor, por exemplo, vermelho, laranja e amarelo.
- Cores Frias: englobam as cores que transmitem sensação de frio, por exemplo, azul, verde e violeta
Do ponto de vista do registro histórico, temos evidência de que o homem primitivo via cores na natureza, e se aplicava em reproduzir, em desenhos murais dentro de cavernas, uma representação das cenas vividas, em cores semelhantes.
Na Bíblia temos a referência ao arco da aliança entre Deus e os homens, após o dilúvio: o arco íris.
As cores, por serem percebidas diretamente pelo cérebro, atingem o subconsciente sem nenhum processamento, e manifestam imediatamente uma situação, de alegria, de tristeza, de tranquilidade, de agitação, de pertença, de hostilidade.
Assim sendo, o ser humano foi associando as cores a estados de espírito: azul do céu e verde das matas relacionado à tranquilidade, vermelho relacionado ao sangue, ao fogo, à violência.
As cores são importantes nos ambientes, como nos hospitais, por exemplo. Existem alas com paredes pintadas em verde, para dar um sensação de calma e cura, outras alas, para tratamentos psiquiátricos, tons amarelados são mais adequados.
As cores são muito importantes no vestuário, porque as roupas apresentam significado de estarem apropriadas a situações sociais, como alegria em festas, uma vida nova num casamento, horas de laser conforme as estações do ano, tristeza de perdas no luto.
As cores são também muito importantes na identificação de grupos apaixonados pelo esporte, como fanáticos de futebol com as cores de seu time.
Na grande geopolítica as cores são também muito significativas. O Brasil foi colônia de Portugal, cujas cores nacionais são verde e vermelho. Por ocasião da nossa independência, Leopoldina, uma mulher austríaca, casada com o príncipe D. Pedro, muito dedicada a seu país de adoção, foi a criadora da combinação de cores que nos identifica até hoje. Ela fez fitas combinando o verde de Portugal com o amarelo da Áustria, verde-amarelo do Brasil até hoje.
Durante a revolução russa de 1917, Lenin criou o Exército Vermelho, para combater os Brancos, inimigos dos comunistas. A cor vermelha ficou a cor dos partidos comunistas em todo o mundo (no Brasil inclusive).
Quando Mao fez na China o Grande Salto à Frente, entre 1958 e 1962, quis romper com todos os símbolos da sociedade capitalista: fez alterar o significado dos sinais de trânsito, fazendo que vermelho fosse o sinal para passar, e não para parar. Foi uma grande confusão, depois a China voltou atrás, e hoje o sinal vermelho é mesmo para parar.
AS CORES E AS CRIANÇAS
No desenvolvimento da criança, a percepção de cores é gradual: começa com as cores primárias vermelho e amarelo.Com dois meses de idade, os receptores de cores primárias estão desenvolvidos e podem distinguir entre contrastes e as cores primárias vermelha, amarela e azul. Estas considerações constam dos aspectos relacionados ao desenvolvimento motor e cognitivo, e ao comportamento de crianças desde o nascimento até os quatro meses, constante da norma ABNT NBR ISO 8124-8 – Critérios para a determinação da faixa etária inicial de brinquedos.
Assim sendo, se um brinquedo apresenta, entre outras características, cores primárias sem nuances, devemos considerar que é apropriado para a primeira idade.
Todo brinquedo tem cor, faz parte inconsciente do universo lúdico
Para a obtenção de cores nos brinquedos existe uma preocupação com o fato de corantes e pigmentos coloridos poderem ser tóxicos.
A norma Mercosul NM 300-3, adotada no Brasil, especifica os ensaios de laboratório que devem ser feitos para comprovar ausência de metais pesados tóxicos nas cores dos brinquedos.
O INNAC certifica brinquedos, garantindo que suas lindas cores estão dentro das normas de segurança.
Confie sempre no INNAC
Engenheiro Especialista
- Published in INNAC
REVOGAÇO: O QUE É E O QUE ELE REPRESENTA PARA O ATUAL MOMENTO DO PAÍS?
Entenda as questões e a importância dessa discussão
Muito tem se falado sobre a certificação de produtos aqui no Brasil e logo surge o termo “Revogaço”. Mas você sabe o que isso significa? Ou até mesmo como ele afetaria os padrões nacionais de certificação praticados atualmente? Vamos entender.
A proposta que tem sido defendida pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) é seguir o padrão regulatório vigente nos Estados Unidos e na Comunidade Europeia. Esses países, ao contrário do que se pode interpretar com a palavra “revogaço”, não estão desregulamentados, nem tanto é permitida a venda desenfreada de produtos sem qualidade e que possam causar riscos à população.
Em matéria recente do veículo referência em assuntos econômicos, o Valor Econômico, a fala de Angela Flôres Furtado, atual presidente do Inmetro, indica que a maior pretensão é “simplificar até o fim de 2021 o emaranhado atual de 300 regulamentos vigentes relacionados à qualidade, à segurança e ao desempenho dos produtos comercializados no Brasil”.
É provável que você já tenha visto em algumas embalagens um símbolo pouco comum aqui, que traz as letras “CE”. Em tese, esse logo indica que o produto cumpre com rigorosos padrões normativos estabelecidos pela Comunidade Europeia e garante a ele a livre circulação na região. A existência dessa marcação pode ser considerada, para a maioria dos produtos, como uma autodeclaração ou autocertificação, uma vez que não há organismos responsáveis pela avaliação da conformidade desses itens. A responsabilidade, neste caso, recai sobre o próprio fabricante, ou importador, que deve assegurar que as diretrizes e requisitos obrigatórios ao escopo de cada artigo foram cumpridos. Em alguns casos, inclusive, há a necessidade da realização de ensaios, conduzidos por laboratórios acreditados pela UE (União Europeia).
Essa é a principal diferença entre o modelo aplicado atualmente pelo Inmetro e o modelo europeu. Enquanto na Europa o fabricante / importador tem essa responsabilidade, no Brasil, para um produto ser comercializado, ele deve passar por um processo de certificação, conduzido por um OCP (Organismos de Certificação de Produtos), para assim ser nacionalizado e vendido.
Dentro de um contexto sob as normativas do modelo europeu, os benefícios de grande destaque são a desburocratização da operação, bem como a desoneração do custo relacionado ao processo de certificação, refletindo em um cenário econômico de maior incentivo ao empreendedorismo, sob o ganho do surgimento de novos negócios, e por consequência, novos empregos. A diminuição dos custos necessários para a venda de produtos somada à necessidade da certificação também é uma injeção de ânimo para que os investidores aprimorem tecnologias e produtos, resultando em um maior crescimento dos negócios.
Avaliando inicialmente o cenário político econômico brasileiro, os grandes benefícios logo podem esbarrar em implicações determinantes para o alcance do efeito pretendido. Quando falamos de custos, eles terão que ser remanejados e empregados em pesquisas e serviços potentes de fiscalização, que devem contar com permanente supervisão, uma vez que os fabricantes tomarão as rédeas do processo de fiscalização de seus produtos. Outro fator relevante, que implica na efetivação desse novo modelo, é o sistema judiciário brasileiro, que se encontra sobrecarregado e, por isso, moroso. A preocupação advém da necessidade de, ao longo do processo, uma justiça branda ser aplicada e as falhas, que até agora puderam ser fácil e eficazmente corrigidas com o modelo vigente, poderem se tornar banais e recorrentes. Isso afetaria em cheio a imagem do país, propiciando o surgimento de um ambiente econômico duvidoso e de fragilidade em sua segurança, o que nos perpetuaria com uma imagem de alta vulnerabilidade perante os outros países, visão oposta a que temos atualmente.
Com essa discussão pode-se concluir que
há a probabilidade de altos investimentos processuais se tornarem necessários, a fim de alcançar melhorias do processo produtivo e da capacidade de avaliação da qualidade e segurança dos produtos, talvez até qualificação e reeducação dos fabricantes. Uma reciclagem de hábitos dos envolvidos e precisão nas informações e conhecimentos deve ser prioridade antes que se cogite de tornar esse modelo participante de nosso sistema de garantia da qualidade do produto ao consumidor.
Técnico de Certificação
- Published in INNAC
Dia das Crianças com segurança
Dia das crianças chegando e tudo o que pensamos é em como agradar a criançada, sendo a escolha mais comum um brinquedo. Na hora de escolhe-lo, sempre nos voltamos ao aspecto lúdico, ao tema ou personagem que a criança mais gosta. Mas e quando o assunto é segurança? Será que estamos atentos o suficiente para garantir que seu brinquedo preferido não se torne algo perigoso? Como podemos identificar algum perigo? Neste texto vamos mostrar um pouco do que é preciso antes de bater o martelo e comprar determinado brinquedo.
Um brinquedo que se quebra facilmente, soltando uma pequena parte dele, é proibido para as crianças? A resposta é: depende. Se o brinquedo em questão for indicado em sua embalagem para crianças de primeira idade, menores de 3 anos, o brinquedo é indevido e potencialmente perigoso. Como as crianças nessa faixa etária ainda estão na fase oral, aquela em que colocam tudo na boca, brinquedos que sejam muito pequenos ao ponto da criança poder engoli-los ou que facilmente soltem partes pequenas durante a utilização, são perigosos.
No entanto, se esse brinquedo for indicado para crianças maiores de 3 anos, não é indevido desde que contenha frases de advertência e atenção explicitas na embalagem, indicando exatamente qual o perigo que a criança irá correr ao brincar com aquele produto.
Como exemplo, temos a frase de partes pequenas, que deverá constar na embalagem da seguinte forma: “ATENCAO! NAO RECOMENDAVEL PARA CRIANCAS MENORES DE 3 (TRES) ANOS, POR CONTER PARTE(S) PEQUENA(S) QUE PODE(M) SER ENGOLIDA(S) OU ASPIRADA(S)”.
Existem exceções, como por exemplo, um pedaço pequeno de imã, que não pode ser parte pequena de jeito nenhum, independente da faixa etária para qual o brinquedo é indicado.
Um outro exemplo que demanda atenção na hora de comprar um brinquedo, é no caso de brinquedos que lançam projeteis como arminhas lança dardos e arco e flechas, que devem conter um aviso de atenção, informando que não devem aponta-los para os olhos e para a face, devido a um possível ferimento causado pelo disparo. Além disso, na embalagem também deverá ter um aviso de que não devem ser usados projeteis diferentes dos indicados pelo fabricante.
Para contribuir ainda mais com a fácil visualização de um provável perigo para a criança, devemos procurar o símbolo gráfico de restrição. Ele é circular, vermelho com fundo branco e descreve qual a faixa etária de restrição. Ou seja, se a criança estiver abaixo da faixa etária mencionada no símbolo, já é possível indicar de que aquele não é o brinquedo apropriado para ela.
Tudo isso é verificado durante o processo de certificação, que envolve a realização de ensaios que verificam se realmente o produto atende os requisitos de segurança, condizendo com a faixa etária para qual ele é indicado. Por isso, é importantíssimo que na hora de comprar o brinquedo, os adultos parem para ler a embalagem atentamente.
Além disso, é necessário ressaltar que crianças são únicas e imprevisíveis, portanto é importante que os pais ou responsáveis acompanhem as crianças durante a utilização do brinquedo.
E aí? Agora que você sabe como escolher um brinquedo mais seguro, qual vai escolher? Não esquece de que o escolhido deve estar acompanhado de um selo do INNAC!
Técnica de Certificação
- Published in INNAC
O nascimento do Manequinho
O ano era 1970. Eu trabalhava na Manufatura de Brinquedos Estrela, chefiando o setor químico.
Pedi férias para o mês de abril, fora do habitual que era tirar férias no fim do ano, quando a atividade de fabricação de brinquedos diminuia numa pausa sazonal. Neste ano, o motivo para férias era um evento muito importante para mim: minha mulher e eu fazíamos parte de um movimento religioso, Equipes de Nossa Senhora, que é internacional, e naquele ano haveria um encontro em Roma, com previsão de audiência pelo Papa.
A Diretoria concordou, com uma condição: como eu deveria estar na Itália, depois do encontro eu deveria visitar uma fábrica de bonecas muito especial. Fui informado de que na Europa se comentava haver na Itália um método de fabricação de bonecas diferente, desconhecido do tradicional.
Devo lembrar que no Brasil estávamos no regime da ditadura militar, que desde 1964, para economia de divisas estrangeiras, havia considerado absolutamente proibida a importação de cigarros, perfumes, bebidas e brinquedos, considerados produtos supérfluos. Como consequência, a indústria nacional de brinquedos tinha que suprir todas as necessidades deste ramo de produtos, com o máximo de inventiva e criatividade que pudesse desenvolver para as novidades que o mercado exigia.
A Estrela tinha sua linha de bonecas seguindo o padrão americano estabelecido após a 2ª. Guerra Mundial, bonecas feitas basicamente de peças duras de polietileno ( corpo,braços e pernas) com cabeças mais macias, de vinil.
Então estávamos pela primeira vez na Europa, o deslumbramento de conhecer pessoalmente o velho mundo, conhecido dos livros escolares: Portugal, França, Suíça, Itália e depois Espanha.
Para nossa surpresa, minha mulher e eu fomos escolhidos para saudar o Papa em nome dos dois mil casais, vindos de todas as partes do mundo, no dia 4 de maio, reunidos na Basílica de São Pedro.
Terminado nosso programa na Itália, fui ao encontro do representante da Estrela na Europa, que me aguardava em Milão. Fui sozinho com ele, de trem, a uma cidadezinha, Cannetto Sull’Oglio, com cerca de 4.500 habitantes.
Fato interessante, a fábrica de brinquedos era o maior empreendimento da cidade. O número de operários, principalmente mulheres, era pequeno, entre 200 e 300 pessoas, mas não eram, como no Brasil, permanentes: aproximadamente entre abril e setembro, trabalhavam na fábrica, nos demais meses do ano voltavam para casa, para atividades agrícolas. Fiquei muito admirado com a maneira como as moças trabalhavam nas linhas de montagem, cantando em coro. Contaram-me que este costume mantinha elevado o ânimo, principalmente no verão, onde muitas mulheres poderiam desmaiar por causa do calor.
Mas o que a fábrica tinha de extraordinário era o equipamento ultra moderno de transporte de peças do depósito de partes acabadas para a área de montagem, em caixas metálicas suspensas em trilhos próximos ao teto, com uma programação (mecânica, nesta época não havia eletrônica) que fazia descarregar o conteúdo em locais determinados.
Mas a maior novidade era outra: no lugar da fabricação de corpos, braços e pernas de plástico, as bonecas que a empresa havia inventado davam a sensação, ao toque, da pele suave do bebê sobre sua carne gordinha e macia.
A fabricação era em duas áreas diferentes: numa era fabricada a pele, em duas camadas de vinil de dureza ultra baixa, correspondendo à derme e à epiderme da peça; noutra era feita a introdução de um composto químico por dentro da pele, que em poucos segundos se tornava uma espuma de poliuretano flexível, semelhante às de um colchão de espuma, enchendo completamente a pele e dando firmeza à peça.
O resultado final era incrível, parecia que a gente estava apertando um bebê de verdade.
Ao retornar ao Brasil, apresentei meu relatório, considerando plausível a adoção da técnica, mas com modificação quanto ao método de fabricação da pele, que propus fosse feito numa só camada, usando o equipamento de moldagem rotacional existente na Estrela.
No ano seguinte tive a oportunidade de fazer parte de um grupo de diretores da Estrela que ia para a Europa adquirir máquinas para a fábrica.
Depois de ver muitas máquinas em Dusseldorf (Alemanha) e materiais plásticos novos, como polipropileno, no centro de pesquisas da Shell em Roterdam (Holanda), estava de novo em Milão.
Numa vitrine de uma loja de brinquedos vimos pela primeira vez o boneco daquela empresa, 40 cm de altura, sem calças, sentado num urinol, mostrando sua genitália. Uma pessoa comentou: um produto destes não poderia ser feito no Brasil, um país de tradição católica que vai considerar indecente este boneco. Embora a escolha de produtos não fizesse parte de minhas atribuições, eu disse que os tempos estavam mudados, e este bebê representava a realidade de uma forma muito mais natural do que as bonecas assexuadas que havia no mercado.
Fomos todos para a fábrica, onde os diretores puderam observar o processo e propor parceria com a Estrela, com a aquisição do know how. Tudo foi acertado e voltamos ao Brasil.
Construídas as instalações e adquiridas as máquinas para fazer a espuma de poliuretano, o longo período de gestação fez com que o Manequinho, nome que foi escolhido para o bebê, fosse lançado em 1974.
O Manequinho não só tinha um rosto muito simpático, como bebia água, que se acumulava num reservatório interno. Com o acionamento de um botão nas costas, fazia xixi num urinol, fornecido junto. A divulgação de propaganda dizia: o primeiro boneco que tem pipi e faz xixi.
Não foi fácil enfrentar a resistência dos departamentos de marketing e de vendas. Em várias reuniões preliminares foi dito que haveria preconceito contra a venda, que meninas que ganhassem o Manequinho seriam ridicularizadas por empregadas da família e por vizinhos, e finalmente que seria um fracasso comercial.
Nesse tempo, um produto novo que vendesse 2.000 unidades no primeiro ano era considerado sucesso.
Por causa do investimento, a Diretoria Industrial programou o lançamento ambicioso de 5.000 unidades.
E o que aconteceu? O sucesso foi espantoso, todas as meninas que ouviam falar do Manequinho o pediam a seus pais, 10.000 unidades foram vendidas em 1974, estoque esgotado, urgente compra de mais matéria prima para atender ao mercado.
O sucesso do Manequinho durou muitos anos, a espuma de poliuretano passou a ser um material comum para fabricação de outras partes de bonecas, como as de corpo de pano com alguma atividade elétrica onde o alojamento para pilhas ficava embutido na espuma.
O tempo passou, o custo da matéria prima de poliuretano ficou proibitivo, a fábrica da Estrela se mudou, o processo foi descontinuado.
Mas o Manequinho ficou como um marco notável, não só de tecnologia, mas também de avanço na questão de apresentar, de forma lúdica, a natureza humana como ela é.
Engenheiro Especialista
- Published in INNAC
Festa infantil: alegria sem preocupação
O que deixa uma criança mais feliz em seu aniversário é uma boa festa para comemorar e reunir os amigos, familiares, pessoas que amam e se divertir com tudo que é de direito no dia que é propicio para ser festejado.
Quantas coisas boas vemos numa festa infantil. Desde o início pensa-se em cada detalhe, na lista de convidados, na organização, no tema da festa, no cardápio, em atividades para entretenimento – afinal, para deixar as crianças satisfeitas é preciso muito esforço – os convites, as lembrancinhas e toda a decoração.
Para qualquer criança esse é um dia mágico, o dia que será guardado na memória, o dia em que eles pensam o quanto sonharam para que chegasse logo. Para os pais não é diferente, a felicidade dos filhos é também a sua felicidade, portanto cuida de tudo com zelo e se preocupa na realização com perfeição.
Imagine que boa parte da festa de aniversário do seu filho precisa passar por um processo de avaliação de sua conformidade, justamente para que seja verificada a segurança do que está sendo utilizado em alguns artigos que podem servir de decoração ou que vão em contato com o alimento. Há essa necessidade para evitar que de repente que seu docinho que era branco fique azul por causa da tinta que soltou da forminha, que o pratinho com o bolo de chocolate contenha rebarbas que vão machucar até mesmo os seus convidados, ou que o guardanapo vermelho tinja os salgadinhos que as crianças estão comendo, dentre outras situações desagradáveis.
Você sabia que há portarias que informam os padrões que definem ensaios específicos para estes artigos que são testados antes de chegar à você? Hoje a portaria 545 de 25 de outubro de 2012 aprova os Requisitos de Avaliação da Conformidade, a portaria 414 de 29 de outubro de 2010 aprova o Regulamento Técnico da Qualidade para Artigos para Festa e atualmente a portaria 147 de 26 de março de 2019 estipula algumas datas novas para que essa certificação seja definida como compulsória (quando há obrigatoriedade de certificar) ou se poderá se tornar voluntária (quando não há obrigatoriedade e a empresa quer possuir um diferencial qualitativo).
A grande importância que deve ser notada é a necessidade de permanecermos sempre com a escolha de artigos de festas que passem por processos de verificação quanto a sua segurança, tendo em vista que muitos produtos tem contato direto com o alimento.
Portanto, ao escolher o que vai utilizar para a festa de aniversário dos pequenos, escolha os produtos que estão com o selo de conformidade do INNAC, pois seguem o sistema regulatório de acordo com o estabelecido nas portarias vigentes.
- Published in INNAC
BRINQUEDOS SONOROS – MARAVILHAS E PERIGOS
As crianças desde o nascimento até 4 meses de idade não possuem ainda habilidades motoras necessárias para brincar com brinquedos, mas gostam de objetos de exploração e entretenimento.
Nessa idade são atraídas por elementos multissensoriais e são capazes de reconhecer os pais, principalmente pela fala.
O aparato orgânico do sistema auditivo está pronto desde o nascimento, mas necessita de maturação neurológica e experiências sensoriais para que se desenvolvam as funções auditivas.
As crianças demonstram muita sensibilidade aos sons ambientais por conta da imaturidade e falta de experiências. Desde o nascimento as crianças reagem a esses sons e à fala humana. Por volta de dois meses, a maioria dos bebês fica quieta quando ouvem vozes familiares. Por volta dos três meses localizam e respondem aos sons e apresentam vocalizações que podem estar relacionadas a sensações de bem estar, como o banho e a alimentação: viram a cabeça na direção de um som e são mais atraídos por objetos que emitem sons que lhes são conhecidos por fazerem parte de sua rotina. Um aspecto de fundamental importância relacionado com a audição na primeira infância é o reflexo acústico, também chamado reflexo estapédico. O limiar do reflexo do músculo estapédico é a menor intensidade sonora capaz de provocar sua contração, que vai proteger as estruturas internas do ouvido. A contração muscular é sempre bilateral mesmo que o estímulo auditivo seja apresentado em uma única orelha. Dessa forma, é possível captar o reflexo na mesma orelha em que o estímulo foi apresentado ou na orelha oposta. Para que esse mecanismo seja ativado, há necessidade do bom funcionamento, não só das estruturas do sistema auditivo mas também das envolvidas no sistema nervoso. Todo este sistema de proteção contra sons muito intensos leva algum tempo, em torno de três meses, para funcionar na criança. Em outras palavras, a criança de menos de três meses não tem uma proteção automática contra ruídos excessivos, que as crianças mais velhas e também nós adultos possuímos. Assim sendo, podemos avaliar um determinado som como inofensivo, porque temos o reflexo acústico que “fecha” nosso ouvido, mas a criança pequena não tem. No início do programa de certificação obrigatória de brinquedos, por volta de 1995, havia no mercado nordestino animaizinhos de vinil, destinados a crianças de berço, fornecidos por um fabricante tradicional. Amostras colhidas para a certificação foram reprovadas por gerarem ruído com intensidade maior que o limite da norma. A norma de segurança de brinquedos apresenta requisitos a serem medidos num laboratório acreditado, através de equipamento de medição de intensidade sonora chamado decibelímetro:
– limite de pressão sonora de pico (curva C) de 110 dB (decibéis), e limite de pressão sonora de um único evento (curva A) de 85 dB. O fabricante corrigiu os produtos, que ficaram adequados à norma. Entretanto, alguns clientes reclamaram que o som tinha ficado muito baixo, e descreveram o problema: “ Quando se apertava o brinquedo, o “bichinho” que está deitado no berço não “pula” assustado, mas isso é que é divertido”. Na verdade, o irresponsável pai estava comprovando a falta do reflexo estapédico de seu filho, que pulava e se assustava com a dor causada por ruído excessivo, no caso do brinquedo reprovado.
Devemos então respeitar os requisitos da norma, fazendo com que não seja danificado o processamento auditivo central, que se refere à série de processos que envolve a análise e interpretação do estímulo sonoro. Habilidades como detecção, discriminação, localização, figura-fundo e reconhecimento de sons fazem parte desse processo. Uma criança que seja portadora de desordem do processamento auditivo apresenta dificuldade em lidar com as informações que chegam pela audição, podendo manifestar prejuízos quanto à fala, leitura, escrita, linguagem e comportamento social. Fica assim enfatizada a importância do cuidado em proteger o sistema auditivo das crianças.
Vejamos os principais brinquedos com características acústicas:
Para a primeira idade, de recém-nascidos até seis meses de idade:
– Móbiles sonoros; brinquedos com figuras e formas diversas para colocar suspensos sobre o berço fora do alcance da criança; embora passivos, influenciam o bebê, distraindo e acalmando.
– Chocalhos: permitem estabelecer a relação entre movimento e som, como primeiro passo para a coordenação motora.
– Caixas de música: brinquedos de pendurar ou colocar próximo a berço, com acionamento feito por adulto: a melodia suave influencia o bebê, acalmando.
– Tapetes de atividades, ginástica de berço: estruturas aéreas com objetos pendurados para a criança alcançar, agarrar ou bater: geram ruídos provocados pelo movimento, podendo ser uma combinação de chocalho com aparelho musical
– Brinquedos de apertar, feitos de material macio ou flexível, com guizo ou apito interno: produzem desenvolvimento da coordenação motora, ao sincronizar o movimento com a produção de ruído.
A partir de seis meses:
– Veículos simples e animais com rodas, que se movimentam fazendo sons combinados com luzes coloridas: atraem a atenção ao movimento combinado com o som, começando o processo de conhecimento do mundo ao redor.
– Teclados simples ou brinquedos portáteis com botões que ativam luz e som: aprendizado da relação entre ação dirigida e resultado, provocando satisfação na sua realização.
A partir de doze meses:
– brinquedos para martelar, imitações de bancadas de marceneiro: associam movimento, golpes e som, aperfeiçoando a coordenação motora.
– brinquedos animados mecânicos, movidos a pilha ou bateria, com sons variados, tais como apitos e sirenes: relacionamento do som com a atividade de faz -de- conta.
– veículos e volantes imitando atividade de direção de carros, barcos e naves, com ruídos associados: simulação da atividade adulta correspondente, que começa a ser assimilada por imitação.
– brinquedos musicais: instrumentos musicais simples, pianos, violões, tambores, tamborins, pandeiros, gaitas, cornetas e outros: início da imersão da criança no universo musical.
A partir de 24 meses:
– aparelhos audiovisuais de imitação, telefones, tocadores de mídias portáteis, celulares infantis, microfones e karaokês: geração de sons imitando o mundo adulto.
A partir de 3 anos:
– tapetes eletrônicos, iniciação da correlação da coreografia com a música.
Além destas categorias, a partir dos 7 anos, as crianças desenvolvem a harmonia musical, possuem interesse por aulas formais de música, leem partituras, tocam instrumentos musicais reais e gostam de cantar em corais e grupos.
Participam, como os adultos, da fascinação dos shows musicais, dos ritmos variados, das canções dos artistas da moda.
Os brinquedos musicais, como os demais brinquedos, estão sujeitos à certificação obrigatória, conforme regulamentação do INMETRO.
O INNAC – INSTITUTO NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE EM PRODUTOS – certifica brinquedos.
Devemos sempre confiar na certificação do INNAC.
Engenheiro Especialista
- Published in INNAC
O DRAMA DAS PARTES PEQUENAS
Conforme notícias vindas dos Estados Unidos, um brinquedo que representa o mais novo personagem de Toy Story 4, o Garfinho (Forky), foi muito apreciado pelos fãs.
Consequentemente, o lançamento do brinquedo através das lojas parceiras da Disney foi um sucesso de vendas.
“ NÃO RECOMENDÁVEL PARA MENORES DE TRÊS ANOS POR CONTER PARTES PEQUENAS QUE PODEM SER ENGOLIDAS OU ASPIRADAS”
na subcategoria 5.02 : bonecos, personagens imagináveis zoomorfos, sem componentes que possam ser arrancados – bonecos que representam figuras de ficção, heróis e guerreiros com formas de animais, ou outros seres com aparência humana: idade inicial 9 m+, que quer dizer: a partir de 9 meses de idade.
Na subcategoria 5.15: miniaturas de figuras simples – animais, soldadinhos, bichos de zoológico, super-heróis, personagens de fantasia ou de temas históricos (cujas dimensões respeitem o gabarito de partes pequenas) : idade inicial 2+, que quer dizer:a partir de 2 anos de idade.
Muito provavelmente foi este o raciocínio da CPSC com relação ao brinquedo Garfinho, consequentemente considerou como produto não-conforme, que deveria ser imediatamente retirado do mercado.
Mas precisamos considerar que mesmo que o brinquedo não se destine a menores de três anos existe a possibilidade de brincadeiras com participação de crianças de idades diferentes, sejam irmãos, colegas ou amigos.
Assim sendo, esta marcação 0-3 é obrigatória para brinquedos que possam ser usados por crianças de até 8 anos (96 meses).
Mas sempre devemos insistir num ponto: as crianças devem ser supervisionadas por um adulto, durante suas brincadeiras, porque não têm noção de perigo.
Ao adquirir brinquedos, devemos nos preocupar com a faixa etária recomendada, e as advertências quanto à faixa etária proibida.
A certificação de brinquedos pelo INNAC, conforme a regulamentação em vigor, dá segurança ao consumidor. Confie sempre na marca do INNAC
Engenheiro Especialista
- Published in INNAC
Porque brinquedo é coisa de adulto!
Esses objetos na foto parecem pertencer a uma criança. Mas não, pertencem a mim, uma mulher de 24 anos. Isso pode intrigar muita gente, mas é cada vez mais comum adultos que, talvez pela sensação de nostalgia, possuam brinquedos que marcaram a infância. Mas o que de fato atrai esse grupo de pessoas a consumir esse tipo de produto? Ainda que alguns brinquedos sejam consumidos majoritariamente por pessoas mais velhas, precisam ser certificados a fim de garantir sua segurança? É o que vamos descobrir nesse texto.
Um adulto que mantem aquele brinquedo que ganhou quando tinha 5 anos, busca muitas vezes suprir uma carência afetiva em relação ao passado. Segundo Stuart Brown, psiquiatra e pesquisador no The National Institute for Play (Instituto Nacional para o Brincar, em português), a ausência de brinquedos e brincadeiras durante a infância está diretamente ligada ao comportamento agressivo na fase adulta, justamente porque é na infância onde começamos a criar vínculos afetivos, principalmente com nossos brinquedos. Ainda que inconscientemente, sentimos de forma marcante a representatividade desses brinquedos em nossas vidas. Não se trata de um acumulo possessivo, mas sim de um apego emocional tão profundo, que as vezes é difícil se desvencilhar. A força dessa relação foi muito bem representada no filme 3 da franquia Toy Story, onde um jovem prestes a ir para a faculdade tem dificuldades de se desfazer de seus brinquedos, ainda que nem brincasse mais com eles.
Um dos personagens mais queridos do universo Pokémon, Mew na versão pelúcia é um dos meus preferidos dentre os que possuo. Ainda que no meio de várias pelúcias, sempre tem aquela que você não se desfaz por nada nesse mundo, pois marcou sua infância da forma mais intensa possível. Mas independente da temática, brinquedos confeccionados em pelúcia ou tecido, quaisquer que seja o tamanho, são passíveis de certificação compulsória.
Inspirados em desenhos animados, séries, quadrinhos, jogos e filmes, esses bonecos possuem em média 15cm, podem ser articulados ou não, podem ter base fixa ou não e geralmente são produzidos com riqueza de detalhes, podendo inclusive vir com peças avulsas para customizar.
Os bonecos Funko POP!® são a nova febre do momento entre crianças, jovens e adultos e com certeza você já viu esse boneco cabeçudo por aí. São bonecos feitos de vinil, possuem em média 9cm, a cabeça é maior em relação ao corpo e geralmente possuem olhos grandes, sem boca. Representam de forma caricata músicos, personagens de séries, quadrinhos, jogos e filmes.
As crianças quando me visitam, ficam doidas para brincar com meus brinquedos. Para elas seriam perfeitos para a diversão. Para mim, são brinquedos colecionáveis que me enchem de lembranças, mas que não servem de fato para brincar.
Considerando essa dualidade de situações, a Portaria Inmetro nº 563/16, que regula a certificação de brinquedos no âmbito nacional, nos permite interpretar que Funkos®, Action Figures e itens similares, devem ser certificados (Anexo A, item 113) como também não devem ser certificados (Anexo B, item 83).
Anexo A: 113 – “Personagens do universo infantil: Super-herois, personagens de desenho animados, artistas e atletas famosos entre o público infanto juvenil, com ou sem articulações, com ou sem base fixa que não possa ser retirada sem o auxílio de uma ferramenta. ”
Anexo B: 83 – “Réplicas perfeitas de pessoas, personagens, animais, carros, motos, aviões, barcos, veículos militares, entre outros, com ou sem base fixa, desde que o produto e a sua respectiva embalagem contenha uma indicação visível e legível de que se destina a colecionadores com idade superior a 14 (quatorze) anos e cujo produto final não tenha valor de brinquedo. ”
Esses itens dependem de uma análise crítica quanto a necessidade de certificação, uma vez que cada um possui características que vão determinar se deve ser certificado ou não.
Seja para criança, colecionador, pai, mãe, tio ou avô, itens tidos como brinquedos devem ser certificados pelo INNAC! E você? Qual brinquedo marcou sua infância?
Técnica de Certificação
- Published in INNAC
CORROSÃO E SEGURANÇA DAS CRIANÇAS
A corrosão é um processo de deterioração dos metais que resulta da interação entre o oxigênio presente no ar e os átomos da superfície do metal. Quando o material contém ferro, chama-se esta corrosão de ferrugem, que tem cor castanho avermelhada. Todos os metais podem ser corroídos, em maior ou menor escala, gerando diferentes tipos de corrosão.
Para que a corrosão ocorra, devem existir os átomos que necessitam de elétrons para se estabilizar, e um meio pelo qual isso ocorrerá, como a água, por exemplo, presente inclusive no ar atmosférico).
Os aspectos mais visíveis estão ligados à aparência, porque uma peça enferrujada dá ideia de ser velha e abandonada.
Outros, mais graves, dizem respeito a falhas de peças, que ficam mais frágeis, e com a superfície áspera e escamosa.
Para proteger as superfícies metálicas, existem tratamentos apropriados que servem como proteção, pois criam uma espécie de barreira contra os agentes externos.
Outra forma de evitar a corrosão é optar por materiais próprios para situações em que o problema pode ser previsto. Afinal, se o projetista já tem noção de onde será utilizado determinado metal, por que não impedir a corrosão logo na fonte, evitando problemas futuros?
Para isso, existem as ligas de aço, com propriedades inoxidáveis. Tais metais são obtidos a partir da adição de níquel e cromo. Este último metal em contato com o oxigênio, cria uma camada protetora muito fina, mas muito eficiente.
Além dos aços inoxidáveis, existem aços tratados: o galvanizado e o galvalume. A principal diferença entre aço galvanizado e galvalume é a composição do revestimento.
O revestimento galvanizado tem apenas zinco em sua composição já o galvalume é revestido com 55% de alumínio, 43,5% de zinco e 1,5% de silício. Isso faz com que o galvalume seja até quatro vezes mais durável que o galvanizado.
É importante ressaltar que o aparecimento de corrosão em um objeto indica que, pelo menos na região atingida, suas propriedades mecânicas foram alteradas. A remoção da ferrugem não recupera as estruturas internas do material.
Logo, se a área corroída for grande ou se estiver em algum local muito solicitado do sistema mecânico, é preciso considerar a substituição da peça por outra nova e sem ferrugem. Um bom programa de manutenção preventiva é uma forma eficiente de evitar a inutilização de peças por corrosão mecânica.
Por outro lado, uma estrutura exposta a um ambiente agressivo requer proteção definida de acordo com a vida útil planejada para a estrutura.
Às vezes, essa corrosão é inofensiva ou mesmo benéfica: a pátina esverdeada que cobre a pele de cobre da Estátua da Liberdade, em Nova York, protegia o metal dos danos provocados pelo tempo. Dentro da estátua, no entanto, a corrosão causou sérios danos ao longo dos anos. A estrutura de ferro e a pele de cobre formaram uma enorme célula galvânica, como uma pilha elétrica, fazendo com que quase metade da estrutura interna já estivesse enferrujada em 1986, ano em que a estátua fez 100 anos.
Alguns metais podem ser tratados com lasers para dar-lhes uma estrutura não cristalina, que resiste à corrosão. Na galvanização, o ferro ou aço é revestido com o zinco e isso forma uma célula galvânica onde o zinco se corrói, mas não o ferro.
Outra forma de proteger os metais contra a corrosão é a aplicação de revestimentos não metálicos – tintas de diversos tipos.
Um dos revestimentos mais eficientes é a aplicação de tinta em pó com equipamento eletrostático, o que garante a penetração em partes com recessos. A tinta, que pode ser epóxi ou poliéster, é tratada em estufa a quente, deixando uma película dura, aderente e impermeável.
Uma classe de produtos, que são os brinquedos de playground, tem exigências de segurança muito sérias, relacionadas com a corrosão.
Num balanço, por exemplo, que tenha o suporte das correntes que seguram o assento preso a um eixo metálico, este deve aguentar todo o peso da criança em movimento. Se com o tempo for afetado pela corrosão, poderá se romper, causando um acidente sério.
Como um outro exemplo, um escorregador que sofra corrosão na superfície de escorregamento ou em suas bordas laterais, poderá causar ferimentos sérios nas pernas das crianças que escorregam.
Como se pode avaliar se um tratamento contra corrosão será eficiente com o tempo?
Podemos tomar como parâmetro o requisito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), nas especificações de equipamento de playground em creches e escolas:
– resistência de 240 horas no ensaio de névoa salina, conforme a norma brasileira ABNT NBR 8094:1983.
De fato, a névoa salina, como acontece nas cidades de nosso litoral, é uma das formas mais agressivas de provocar a corrosão. Quem tem alguma casa ou apartamento próximo ao mar sabe que a vida dos equipamentos, mobiliário e eletrodomésticos fica reduzida à metade da que teriam em outro ambiente.
Os playgrounds são certificados pelo INNAC quanto à sua segurança.
Confie nos produtos certificados pelo INNAC.
Engenheiro Especialista
- Published in INNAC