Em 9 de março de 1959, na Feira de Brinquedos de Nova York, a boneca Barbie foi apresentada ao mundo.
Não foi um nascimento tranquilo. Muitos compradores veteranos não gostaram do que estavam vendo, uma boneca manequim de 30 centímetros de altura, com seios, cintura fina, pernas esguias, representando uma jovem pós-adolescente e fisicamente de acordo com os ideais estéticos americanos.
Alguns consideraram que não era um brinquedo para crianças, e só seria adquirido por adultos pervertidos.
Entretanto, o que os calejados compradores não conseguiram prever, foi o sucesso instantâneo entre as meninas: naquele primeiro ano foram vendidas 300.000 Barbies.
Qual a explicação?
Barbie foi inventada por Ruth Handler, sócia fundadora da Mattel. Ela havia observado que sua filha Barbara só dispunha para brincar de bonecas bebês, para ela fazer o papel de mãe, enquanto seu irmão poderia fazer de conta ser astronauta, médico, bombeiro ou outra profissão interessante.
Barbie, diminutivo de Barbara, representou uma projeção consciente do que as meninas poderiam ser, se quisessem. Isso foi uma revolução no conceito de brinquedo.
Já havia no mercado, desde muito tempo, bonecas manequins para serem vestidas e trocadas de roupa, mas os manequins eram apenas suportes para a brincadeira. Barbie não, era a própria menina no futuro.
Barbie sempre foi objeto de críticas, desde suas proporções físicas até suas características étnicas: nasceu loira de olhos azuis, mas foi recebendo alterações em várias versões, como afro descendente, asiática, indígena e outras variações de cor de cabelo e de pele.
Barbie chegou ao Brasil em 1982. Nesta época, o regime militar considerava que brinquedos (juntamente com perfumes e cigarros) eram supérfluos de importação proibida, para não agravar a crônica falta de divisas. A solução encontrada foi a fabricação no Brasil, e a Estrela tinha todas as condições técnicas para sua produção.
Barbie então ocasionou o sumiço da Susi da Estrela. Susi era bastante apreciada desde os anos 60, mas era diferente: uma menina adolescente mais nova que Barbie, corpo com tronco inteiriço, pernas de vinil apenas um pouco flexível, enquanto Barbie tinha giro na cintura, pernas com estrutura óssea de poliacetal , coberta com “carne”de PVC macio, dobrando perfeitamente o joelho e a articulação do tornozelo. A Barbie brasileira recebeu tons locais na decoração dos olhos, nos cabelos e penteados, e principalmente nas roupas. A parceria com a Estrela durou até 1995.
No mundo globalizado de hoje, a Barbie de cada coleção anual é concebida em El Segundo, na Califórnia, e produzida em fábricas da China, com roupas da Tailândia ou do Vietnã. As loiras de olhos azuis representam menos da metade das variações étnicas, e em 2018 a Mattel lançou uma campanha dirigida à meninas para acreditarem em si mesmas e não aceitarem imposições preconceituosas de gênero.
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Engenheiro Especialista