Já ouvimos falar de avaliação de materiais que podem ser tóxicos, feita por ensaios “ in vitro”.
O que quer dizer “in vitro”?
É uma expressão em latim que significa , em português, “ em vidro”, e se aplica a ensaios feitos em laboratórios com equipamentos geralmente de vidro, em contraposição a ensaios “ in vivo”, que significa “em um ser vivo”.
Os ensaios “ in vivo” são facilmente compreensíveis, por sua analogia como que ocorre num ser humano: se um produto é duvidoso para ser comido, tradicionalmente se testava fazendo um animal comer, e eram feitas observações quanto ao efeito: o animal poderia ficar doente e morrer ou, se o produto fosse inofensivo, nada acontecia .
E o ensaio “ in vitro”? É um ensaio feito com células, colhidas de um ser vivo, e multiplicadas em laboratório. É o ensaio chamado de citotoxicidade (derivado da palavra “cito”, que quer dizer “célula”).
Mas o que é feito, é dado o produto para as células comerem? E como a gente pode ver se as células estão bem ou não, se não conseguimos ver as células, tão pequenas que são? Será que vão ser observadas em microscópio?
Na verdade, os ensaios “ in vitro” são desenvolvimentos técnico-científicos bastante sofisticados, mas podemos ter uma ideia simplificada de seu funcionamento.
As células não são visualizadas individualmente, são preparadas colônias com centenas de células, e colocadas num meio gelatinoso, em pequenos potinhos de vidro, cada um dentro de uma placa com cavidades, semelhante a uma embalagem para 20 ovos.
Para serem “vistas”, são tingidas com um corante vermelho neutro, que adere à membrana de cada célula. Nessa preparação é colocada a substância problema, (diluída em quantidade certa de água), e colocada nos potinhos, em triplicata. Nos outros potinhos são colocadas substâncias conhecidas, uma que é totalmente inofensiva para as células, outra que é conhecida como tóxica, que mata as células. Depois de um certo número de horas, a uma temperatura apropriada para o crescimento do número de células, o material de cada potinho é retirado, diluído com mais um pouco de água e filtrado. Pode-se usar filtro de papel, semelhante ao dos filtros de café domésticos.
O filtrado é avaliado por sua cor, só que não é apenas por apreciação visual: equipamentos especiais determinam a intensidade da cor dos potinhos com a substância problema, da cor dos que tiveram material inofensivo (cor vermelha intensa) e dos que tiveram o material que matou as células (cor vermelha desaparecida). Por aparelhos apropriados, ligados a cálculos de computador, determina-se se o efeito tóxico ultrapassou os limites considerados seguros para o ser humano, devendo então ser reprovado.
O INNAC adota e incentiva o uso de ensaios “ in vitro”, não só pela sua precisão nos resultados, mas principalmente pelo respeito que devemos ter em relação aos animais.
Confie sempre nos produtos certificados pelo INNAC.
Engenheiro Especialista